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RESENHA | LIVRO | 172 HORAS NA LUA

Sem spoiler


A NASA enviará em 2018 uma nova missão tripulada à lua para, supostamente, extrair do solo lunar o elemento Tântalo Setenta e Três, um composto muito importante no desenvolvimento tecnológico. Porém, a agência já não recebe a mesma atenção que recebia em 1969, ano em que Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar em nosso satélite natural. Surge então a estratégia de enviar a até então desconhecida base lunar DARLAH 2, juntamente com astronautas profissionais, três adolescentes escolhidos através de um sorteio. Levar jovens ao espaço atrairia a atenção necessária da mídia e consequentemente novos investidores para a agência. 

Mas, será que o objetivo dessa missão é mesmo o que foi revelado? DARLAH 2, por que o governo nunca falou antes sobre essa base lunar construída nos anos 70? 

Na lua muitas coisas estranhas acontecerão e os adolescentes descobrirão os motivos da NASA ter passado tanto tempo para enviar novamente um humano até lá.

OS ESCOLHIDOS


MIA NOMELAND é norueguesa e tem 16 anos. A menina é vocalista de uma pequena banda de rock de sua cidade e sempre sonhou com a fama. Mia é a única dos três adolescentes selecionados que não está muito animada com a ideia de ir até a lua. Durante o desenvolvimento da narrativa a garota toma as rédeas da história e protagoniza quase todos os principais momentos da trama. Mesmo sendo a personagem mais forte e bem desenvolvida, confesso que só consegui me afeiçoar a ela da metade para o final do livro.

MIDORI YOSHIDA é japonesa e tem a mesma idade de Mia, porém, diferente da norueguesa, ela inscreveu-se no sorteio torcendo muito para ser selecionada. Seu grande sonho é ser livre e viver longe do padrão de vida restritivo e da cultura opressora de seu país. Midori se descreve como a menina alvo dos valentões da escola, mesmo sem possuir nenhuma característica chamativa para isso. A japonesa é uma personagem engraçada e interessante, todavia poderia ter tido uma função bem maior na estória.

ANTOINE DEVEREUX é o mais velho dos três adolescentes, tem 17 anos. O francês que estava lidando muito mal com o fim de um longo relacionamento amoroso, viu na possibilidade de ir à lua a melhor forma de afastar-se de seu problema. Assim como Midori, Antoine é um personagem interessante que acaba não recebendo a atenção necessária na trama.

Com histórias de vida bem diferentes, a única coisa que liga os três adolescentes são os acontecimentos inexplicáveis que aconteceram logo após o resultado do sorteio. É a partir da descrição destes acontecimentos sinistros que o livro se torna realmente interessante. Aliás, o escritor Johan Harstad consegue criar ótimos momentos de suspense e terror em 172 horas na lua. 

Mesmo com uma narrativa lenta inicialmente, e algumas outras pontas que deixam a desejar, 172 horas na lua é um livro que provavelmente irá agradar aquele leitor que curte uma boa mistura de ficção científica, suspense e terror.

"Não conseguia se livrar do pensamento incômodo de que a visão da noite anterior fora um sinal. Um sinal de que ele deveria ficar longe dos céus. Um sinal de que lá em cima era perigoso." - Antoine

Boa leitura!

CRÍTICA


Esse é daqueles livros que demoram um pouco para envolver o leitor e fazer com que ele se importe com os personagens, porém ao conseguir fazer isso acaba indo bem até o final. Esteticamente o livro é bonito e possui várias imagens ilustrativas da base lunar e de outros objetos e lugares. Confesso que achei algumas dessas imagens completamente desnecessárias, elas deixam as descrições didáticas demais, como se não fossemos capazes de imaginar sozinhos uma avenida comercial de Tóquio ou o quarto bagunçado de uma adolescente. 

Alerta: a partir daqui haverá spoilers

A primeira parte do livro é a menos atrativa porque o autor perde muito tempo descrevendo coisas irrelevantes para a trama (qual a função daquele personagem do abrigo de idosos? Nenhuma). Caso tivesse descrito melhor o treinamento dos garotos, a primeira etapa teria sido bem mais prazerosa de se ler. 

Outro ponto negativo que observei foi o fraco desenvolvimento do romance entre Mia e Antoine... aff... matar o cara quando ele ainda tinha muita coisa para acrescentar foi bem chato. Além de matar Antoine muito cedo, o autor preferiu desenvolver Midori como uma personagem com pouca atitude, o que acabou tornando-a desinteressante no decorrer da leitura. Por isso que Mia é sem dúvida a melhor personagem do livro. As cenas dela com a doppelganger são ótimas. Aliás, gostei muito da ameaça ser os tais doppelgangers, pois fugiu totalmente daquilo que era esperado no início. 

O LIVRO NO GERAL ME AGRADOU, mas acabei não gostando do final. Inclusive, li e reli e não consegui entender como que a clone da Mia conseguiu entrar na nave no lugar dela. Queria muito ter visto a verdadeira Mia voltando a terra, lendo a carta escrita pelo irmão, e revelando ao mundo o segredo que a NASA esconde de todos. 

E você, o que achou do livro?

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