Análise: The Walking Dead S08E03
“SOMOS TODOS IGUAIS”
Na sétima temporada grande parte dos fãs de The Walking Dead se irritaram com a falta de ação e presente monotonia dos episódios, principalmente aqueles focados em um único núcleo. Neste oitavo ano as coisas mudaram. Desde a season premiere vemos a preocupação dos produtores em entregar aquilo que faltou no último ano da série... Guerra. Neste S08E03 intitulado de Monsters (Monstros), não foi diferente.
Vem conferir os comentários sobre esse episódio.
Monsters pôs em tela a continuação do plano armado por Rick, Ezequiel e Maggie. Ezequiel junto com Carol e o restante do reino enfim ganharam mais atenção nesta temporada. Enquanto no episódio passado passaram 45min atrás de um único inimigo, desta vez nos mostraram melhor a tarefa à qual foram incumbidos de cumprir.
O trailer deste episódio deixou muita gente com a preocupação do grupo do reino ser pego de surpresa pelos salvadores no meio da floresta. Porém, a emboscada armada por Carol e companhia ainda no início do capitulo foi um sucesso de execução e ainda serviu para aumentar a confiança exagerada e fantasiosa do rei Ezequiel. A cena da armadilha fez uso de uma montagem interessante, intercalando o discurso do rei a ação do plano liderado por Carol. Recurso que só serviu para reforçar o quanto nosso rei é lúdico e convicto da vitória.
Essa convicção praticamente imutável vai sendo reforçada na medida que o episódio se desenvolve. As investidas aos postos avançados são sinônimos de sucesso até que AQUELA cena final muda tudo. AQUELA cena tem uma importância que vai além de um gancho interessante para o quarto episódio, pois, principalmente, serve como um choque de realidade para o rei de terêrê que está precisando há algum tempo cair na real e ver que nem tudo são flores durante uma guerra.
Os conflitos desencadeados dentro do núcleo de Hilltop e da dupla Rick e Daryl são os motivos do título deste episódio. Quem são os verdadeiros monstros afinal? Dentro do universo de Walking Dead não seriam todos iguais? Torcemos para Rick e seus aliados pois conhecemos sua trajetória e os motivos que os levam a matar, mas e se conhecêssemos melhor a vida do Negan e seu exército será que não veríamos a história de outra forma?
A luta entre Morgan e Jesus foi o ápice deste embate de ideologias. Jesus crer em uma redenção dos salvadores rendidos, Morgan não. A questão neste caso é que, feliz ou infelizmente concordo com o Morgan, pois ele já vivenciou na pele que não dá pra mudar da água para o vinho como o Jesus acredita. Ele sabe que quando o mundo te muda é quase impossível tornar a ser o que se era antes. Todos ali querem sobreviver e todos farão o possível, inclusive matar inocentes, para se manterem vivos. Ele apenas queria adiantar as ações para não ver o seu povo morto no fim dessa história. Espero que o Morgan não suma completamente – mais uma vez – da série por conta disso.
Rick e Daryl estão passando por uma situação parecida, porém menos conflituosa. Claramente o protagonista da série vem refletindo acerca de suas ações ofensivas, principalmente agora após sua conversa com o Morales. O mexicano ressurgiu da primeira temporada apenas para dizer ao Rick que eles não eram tão diferentes, que ambos pensam exclusivamente na própria sobrevivência e na de seus amigos, e que o policial bonzinho que vimos na season 1 morreu durante esses anos de apocalipse assim como o manso Morales havia morrido também após perder sua família.
Daryl, entretanto, está unicamente pensando em aniquilar todos os salvadores independente de rendição - mesma coisa que o Morgan e a Tara. A vingança que está movendo o arqueiro o fez matar sem piedade o ex parceiro de acampamento, Morales, e o salvador que se rendeu no final do episódio. As atitudes do Daryl porra louca e do Rick reflexivo provavelmente entrarão em conflito ainda no decorrer desse oitavo ano.
Por fim, vale o comentário de que faz algum tempo que TWD vem tentando desenvolver o Aaron para que ele se torne um personagem de peso na série, assim como eram Glenn, Abraham e Sasha. Estão tentando? Estão. Agora se está funcionando eu não sei. A morte do Eric nesse terceiro episódio foi mais uma tentativa de aproximar o personagem enlutado do público. Foi uma cena emocionante? Foi. Todavia não sei se ele está conseguindo criar esse vínculo com os fãs como esperam os produtores. O ator é bom, o personagem é legal e importante, mas eu ainda não consegui criar empatia suficiente para sentir tanto com sua possível morte... não sei vocês. Me digam aí.
Obs: Monsters obteve a menor audiência da série dos últimos 5 anos. Cerca de 8,52 milhões de pessoas acompanharam o episódio ao vivo nos EUA. Mesmo assim The Walking Dead continua sendo o maior programa em termos de audiência da AMC.
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