THE WALKING DEAD JÁ DEU O QUE TINHA QUE DAR? | OPINIÃO
Já se vai uma semana do término da 8ª temporada, agora, menos eufóricos com os acontecimentos da season finale, é chegada a hora de questionarmos: The Walking Dead já deu o que tinha que dar?
Após o fim da sétima temporada no início de 2017, The Walking Dead passou por uma enxurrada de críticas negativas por entregar ao público uma trama arrastada, onde praticamente tudo demorou a acontecer. A baixa popularidade da temporada anterior influenciou bastante a opinião dos fãs acerca dos acontecimentos da recém completa 8ª temporada.
Por isso, tentando corrigir erros do passado, foi perceptível a intenção dos produtores em acelerar o andamento dos acontecimentos nesse ano. A primeira parte da temporada foi uma sequência quase sem fim de tiros, porradas e bombas. Até o quarto capitulo, os produtores buscaram levar aos telespectadores aquilo que mais foi cobrado no ano anterior e, mesmo sofrendo críticas por uma falta de capricho aqui-acolá na produção, a série conseguiu entregar boas sequências de ação no primeiro quarteto de episódios.
O quinto capitulo, The Big Scary U, acrescentou outros elementos interessantes para o desenrolar da temporada. Foi nele que a humanidade de Negan (Jeffrey Dean) começou a ser explorada, que a desconfiança da existência de um traidor entre os Salvadores surgiu, e que o misterioso helicóptero apareceu pela primeira vez.
Ainda dentro da primeira leva de episódios, fomos surpreendidos com o acontecimento que ditou todos as ações dos personagens na segunda metade da temporada: a morte de Carl Grimes (Chandler Riggs).
A atitude de matar o personagem foi, sobretudo, muito corajosa. Tendo em vista que os fãs de The Walking Dead não são os mais toleráveis em relação a morte dos queridinhos. Tal coragem dos produtores gerou desconfianças, parecendo, inicialmente, apenas uma atitude desesperada para resgatar o público perdido, mas, felizmente, a morte do menino não foi de toda em vão – se bem que não precisaria ele ter morrido para ser ouvido pelo pai, né? Mas enfim.
Veio o hiatus e ficou a dúvida: teria o menino Carlinhos sido mordido por um Sussurador? Teóricos da conspiração buscaram fotos, fizeram vídeos e escreveram textões defendendo a hipótese. Porém, estava na cara que as teorias não tinham sentido algum. Não tinha saída, Carl estava sim condenado a morte. Acabou o hiatus e vieram as respostas. Carl morreu e a melancolia tomou de conta.
Mesmo sob 7 palmos de areia, Carl foi o grande protagonista da segunda parte da temporada através de suas cartas póstumas. Rick (Andrew Lincoln), transtornado com a perda, demorou a lidar com o luto. Tornou-se inconsequente e, por alguns momentos, pareceu mais vilão que o próprio Negan. Este que, indo de encontro a postura do líder de Alexandria, foi ainda mais humanizado e mostrou que The Walking Dead, quando quer, desenvolve muito bem seus personagens.
Com exceção de Eugene (Josh McDremitt), Morgan (Lennie James), Maggie (Lauren Cohan), Dwight (Austin Amelio), Jadis (Pollyanna Mcintosh) e Simon (Steven Ogg), os demais personagens praticamente orbitaram em torno dos protagonistas. Simon, entre os citados, foi aquele que mais ganhou destaque. Sua investida contra Negan foi coerente e trouxe um conflito muito bom de acompanhar.
Alguns fatores tornaram essa segunda metade superior a antecedente, sendo o primeiro deles a peripécia de conseguir deixar os fãs novamente ansiosos para o episódio seguinte, algo que a algum tempo não acontecia. Os oito últimos capítulos também superaram os primeiros na qualidade do roteiro, dado que boas sacadas – algumas inesperadas como a briga corpo a corpo entre Rick e Negan no 12º episódio, e o ataque zumbi à Hilltop no 13º – fizeram o público se divertir e entender o porquê de ainda acompanharem a série.
Em relação a season-finale, confesso que ao fim da primeira exibição fiquei, digamos, decepcionado. Estava eufórico na espera de uma grande batalha em campo aberto entre os Salvadores e os moradores de Alexandria, Reino e Hilltop, bem no estilo dos filmes do Senhor dos Anéis ou do episódio da Batalha dos bastardos. Algo que não aconteceu.
Entretanto, isso não me fez acha-lo ruim como episódio em si, apenas não supriu a expectativa que criei - estou começando a acreditar que a culpa é somente minha mesmo. Confesso que fui pego de surpresa com o corte na garganta do Negan, naquele momento pensei que o vilão iria realmente morrer, mas a misericórdia acabou prevalecendo sobre a ira. Enfim, foi um episódio final satisfatório e que deixou muitas portas abertas para que The Walking Dead continue sua caminhada.
Portanto, respondendo à pergunta do início, acredito que a série ainda tem sim muito fôlego para gastar. A chave para um futuro de sucesso é o trilhar de novos caminhos, algo que fuja de tudo aquilo que já foi visto nos últimos oito anos, não que o que se passou seja ruim, muito pelo contrário, porém é importante que novos dilemas sejam explorado. Ah... outra coisa essencial é a preparação de um alicerce firme para um series finale digno de uma grande obra.
Que venha a 9ª temporada! <3
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