ANÁLISE: THE WALKING DEAD S08E07
The Walking Dead chegou ao penúltimo episódio da primeira parte desta 8ª temporada. Time for After (S08E07) veio preparar o terreno para a mid-season deste ano, episódio que promete muitas reviravoltas na guerra entre os Salvadores e os aliados de Rick Grimes.
Time for after começou do mesmo ponto em que acabou The King, the Widow, and Rick (S08E06), com o líder de Alexandria preso no lixão após tentar um novo acordo com a líder dos catadores. A atitude de Rick foi bastante criticada no episódio passado, porém é totalmente compreensível a intenção do protagonista em tentar se aliar novamente com Jadis e seu grupo, pois mesmo tendo sido traído por eles na temporada anterior, Rick sabe que os catadores não são leais aos outros por empatia, mas sim por interesses. Logo eles sempre irão apoiar quem puder os dar mais vantagens, e até o episódio desta semana essa pessoa certamente era o Rick.
Este “penúltimo” episódio deixou o terreno prontinho para os acontecimentos da mid-season, principalmente por causa da atitude de Daryl, Tara e Morgan. Nas análises anteriores já havíamos citado como Daryl parecia não está concordando muito com o plano do Rick, mesmo com a execução do mesmo indo bem (exceto pela morte de quase todo o reino). Tara, que desde a morte da Denise se mostra impiedosa com os salvadores – tendo “salvador bom, é salvador morto” como mantra -, encontrou em Daryl um companheiro para buscar vingança. O ódio que consome os dois acabou ofuscando neles o espirito do trabalho em equipe que sempre levou o grupo para frente.
Jogar o caminhão de lixo contra as paredes do santuário poderia até ser uma boa ideia caso os salvadores não tivessem armas lá dentro, mas eles têm, assim como têm escadas por toda a parte, portanto encurralar e matar os walkers que entraram foi mamão com açúcar para os generais de Negan. Só foram mortos pelos zumbis trabalhadores inocentes que não eram perigo para ninguém. A ação dos três vingadores comprometeu todo o plano da equipe, ao menos Rosita, que passou a repensar suas atitudes após a morte da Sasha, e Michonne, que sempre foi inteligente, se mostraram contrarias a ideia, mesmo que não tenham feito praticamente nada para impedir sua execução.
Em Time for after o maior destaque ficou por conta de Eugene Potter. Quando o personagem mudou de lado na guerra, muita gente ficou questionando se ele realmente havia traído os amigos ou estava ali para agir como um agente duplo. Agora temos a certeza que ele realmente traiu os velhos amigos, a quem se refere como “apenas companheiros de viagens”. No diálogo com Gabriel, Eugene admite ser “uma pessoa medíocre que não se arrisca por ninguém além de si mesmo”, explicando que realmente mudou de lado por achar que Negan venceria a guerra.
Porém não dá para desacreditar totalmente que o personagem tente se redimir e volte a ajudar ao grupo de alguma forma. Se o cientista já se mostra constantemente assombrado por suas decisões, a ponto de se embriagar diariamente como admitiu a uma das esposas do Negan, Gabriel e Dwight ainda plantam constantemente indecisões na mente do, agora, importante Eugene.
Vale ressaltar que TWD sempre foi ótima em desenvolver personagens centrais da trama. Todavia, poucos esperavam que o fraco Eugene se tornaria peça tão importante na série como é agora. Querendo ou não, Negan é o principal responsável por essa evolução do personagem. Quando estava apenas com Abraham e Rosita, Eugene era escanteado pelos dois. Quando se juntou ao Rick, ganhou atenção especial apenas até o momento em que admitiu estar mentindo sobre ter uma cura para o vírus. Foi somente com o Negan que ele teve a atenção que esperava ter recebido antes. O líder dos salvadores viu nele uma capacidade que os demais parecem não ter visto. Ou seja, juntando sua clara fraqueza a esses fatores citados, não é impossível perceber que existe uma lógica por trás de sua traição.
Time for after não foi um episódio memorável, mas nem por isso deixou de ser bom. Os núcleos de Daryl e Eugene tiveram bons diálogos e fizeram a trama andar rumo a uma briga maior entre os grupos conflitantes. Porém, mesmo apoiando a ideia de Rick tentar negociar novamente com o lixão, concordo com quem afirma que tudo que aconteceu naquela negociação foi mal roteirizado e dirigido. Rick, que sempre apanhou mais que mulher de malandro, vencer os dois catadores com as mãos amarradas, render a Jadis, e ainda convencê-la a se aliar a ele, foi algo feito de maneira bem preguiçosa e difícil de engolir. Tudo aquilo poderia ter sido realizado de uma forma bem mais crível.
No geral estou gostando da oitava temporada, principalmente quando comparada a sétima, mas, infelizmente, não dá para entender porque TWD não agrada mais aos fãs como já agradou em temporadas anteriores. Fica nossa torcida para que a série volte a entregar episódios que repercutam e alavanquem a audiência novamente.
O que você achou do episódio desta semana? Deixe sua opinião nos comentários.
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